sábado, 1 de dezembro de 2007

Leituras

A quem ler este post proponho os seguinte:

Peguem num livro qualquer que se encontre próximo de vós, abram-no numa página ao acaso e transcrevam uma frase ou parágrafo que vos soe bem. Depois peguem no (/num dos) vosso(s) livro(s) preferido(s) e transcrevam uma frase que achem bonita.

Aqui vai a minha contribuição:

Primeiro livro:
"Um belo dia, deu várias voltas a pé à minha casa e confrontou-me. Já há uma semana que te vejo aí, e toda a gente sabe que passas a vida a olhar para mim na escola. Se tens alguma coisa que me queiras dizer por que é que não o dizes agora mesmo na minha cara em vez de andares a espreitar às escondidas como um ladrão? Eu considerei as minhas opções. Ou fugia e nunca mais voltava a pôr os pés na escola (talvez pudesse abandonar clandestinamente o país num navio com destino à Austrália) ou podia arriscar tudo e declarar-me. A resposta era evidente: ir para a Austrália. Abri a boca para dizer adeus para sempre. E no entanto, o que disse foi : Queria saber se te queres casar comigo?"
(in A História do Amor. Nicole Krauss pg 169)
Segundo Livro:
"Marco Polo e os seus amigos, não sabiam onde as pessoas incluindo eles se situariam no futuro da humanidade. Não sabiam se estariam no rol, dos doentes, dos mendigos emocionais ou dos que vivem suave e espontaneamente. Só sabiam que essa situação dependeria da coragem de cada um em caminhar nas trajactórias do seu próprio ser, em abrir as janelas da sua inteligência, em repensar a sua história e em fazer livremente as suas escolhas."
(in A saga de um pensador. Augusto Cury pg 253)

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Liberdade

- Liberdade, que estais no céu…
Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pão de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.


- Liberdade, que estais na terra…
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.


Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
- Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.


Miguel Torga (1907-1995)

A mais amada.

No Flickr esta é a minha foto mais amada, porque será?

Aldeia da Luz, Julho 2004

terça-feira, 27 de novembro de 2007

A propósito de pensamentos

Depois do post que coloquei hoje, que tinha como titulo "O que reflectiste hoje?" fiquei a pensar o que teria eu reflectido hoje, vim no metro a pensar o que teria aprendido, o que teria enriquecido, o que tinha ganho com o dia de hoje, mais tarde em casa pensei: como é bom termos esta capacidade de reflexão, gosto de pensar!

Depois na natação, não pensei, só nadei.

- " Agora nade Crowl com respiração bilateral"
- "Baralho-me um pouco com a respiração assim, mas vou tentar"
- " Vá, nade lá para eu ver se está melhor"
(...)
- " Então o que achou?"
- "Bem, acho que tava a pensar muito em como devia colocar os braços, estava a pensar de mais"

Soltei uma gargalhada e respondi ao meu professor de natação : "Isso é o dia todo!!!!!!"

Moral da história: às vezes é melhor desligar a caixinha das ideias !!

Lendo-vos...

É bom ler-vos.

Não me apetece escrever.

Ou melhor, só me apetece escrever coisas, como:

- Gosto de "Conta-me como foi..." na RTP; Miguel Guilherme e Rita Blanco, melhor é quase impossível;

- Ontém estive a ver TV Galiza...apanhei uns tipos a tocar e a dançar um som de que gostei. Gosto da Galiza;

- O Porto ontém ganhou ao Setúbal. O Quaresma marcou um golaço. Allez Harry Potter!

Pronto, é o melhor que se encontra, por hoje.

Escolhas.

Na sexta-feira fui a uma entrevista de emprego. Foi uma professora da faculdade que mo indicou. Ia recomendada.

Hoje ligaram-me, tinham ficado indecisos entre duas candidatas e portanto, gostavam que eu fosse a uma segunda entrevista.

Eu tinha passado o fim-de-semana a "magicar" na escolha que tinha de fazer, no caso de me escolherem para o dito emprego, e isto porque, de facto, era uma escolha com muitas consequências implícitas. Tinha ficado a torcer para não me escolherem, pois facilitava-me a decisão. Mas ainda na sexta-feira já sabia que tinham gostado de mim...

Durante a viagem de regresso da entrevista, fiz uma lista de prós e contras para me ajudar na decisão que tinha de tomar.

Prós:

  1. Ter emprego no âmbito da psicologia.
  2. Ser independente.
  3. Ganhar bem.
  4. Poder comprar casa com o T.
  5. Trabalhar com crianças, jovens, famílias e professores, numa zona carenciada.
  6. Trabalhar ao nível da prevenção do insucesso e abandono escolar, da toxicodependência, etc.
  7. Ganhar experiência, conhecimento, currículo.

Contras:

  1. Ser muito longe (à distância de 2 comboios, 2 autocarros, e cerca de 2h).
  2. Ser a tempo inteiro (9h30-18h00, ou mesmo até às 20h).
  3. Acordar às 6h e regressar a casa entre as 21h e as 23h.
  4. Ser a recibos verdes.
  5. Não poder ir aos Seminários de Dissertação.
  6. Não poder recolher os dados para melhorar a minha Tese de Mestrado.
  7. Não poder fazer o projecto na biblioteca.
  8. Não poder continuar a trabalhar no Externato.
  9. Falhar nos compromissos assumidos.
  10. Não ter tempo para investir no projecto dos pais.
  11. Não poder ir ao ginásio, não ter tempo para mim.
  12. Não ter tempo para estar com os amigos, com o T.

Os contras venceram os prós...

Toda a minha família foi da mesma opinião que eu. Não devia aceitar, porque, por muito bem que pagassem, teria de abdicar de tudo o resto, faltando aos compromissos anteriormente assumidos, e não teria vida para fazer mais nada. Os meus pais reforçaram a ideia de que não devia deixar de terminar o Mestrado. E claro que eu também penso assim.

Por outro lado... Recusar propostas de trabalho nos dias que correm, ainda para mais a tempo inteiro e na área da Psicologia, parece-me um crime tão grande como deitar fora comida, com a fome que há no mundo (ouvia muito isto quando era pequena.... ficou!).

Respondi então ao telefonema, com o coração aos pulos (that's me!), explicando que não valia a pena ir à segunda entrevista, porque no caso de me escolherem, eu não poderia aceitar a proposta, e lá partilhei as minhas razões.

Escolha feita.

Que reflectiste hoje?



(Autor: Luis Silva in: Olhares.aeiou.pt)

Sem dúvida uma das melhores fotografias que já vi, principalmente pela comunhão com o titúlo que lhe foi atribuido!

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Salva-vidas

Hoje de manhã, ia a subir a rua em pleno Cais do Sodré quando vejo um homem a tentar equilibrar um carrinho de rodas, que quase queria descer sozinho a rua. Com o seu esforço, ele lá tentava que o carrinho não fugisse rua abaixo, ao mesmo tempo que tentava equilibrar o que o carrinho continha, que estava mais ou menos solto. E o que continha o carrinho?

Boias Salva-Vidas!! 6 ou 7 boias salva-vidas teimando em descer a rua sozinhas!

Boias Salva Vidas?? Bem,nada bate o dia em que nesta mesma rua vi um carro em chamas e descer a rua e a arder, mas olhem que as boias salva-vidas também me deixaram a pensar...

Para onde iriam elas... quem iriam salvar?

Ai!!! A urticária a voltar!!!

23 Novembro 2007

A caminho de uma entrevista de emprego... Ia eu no autocarro, quando apanhei a conversa. Dizia uma velhota para a outra:

- Pois! Que eu não ando cá para ver passar navios! Que deus incubiu-me de uma missão!!!

Mau Maria!!! - pensei eu - Isto não augura nada de bom!

- Já viu, D. Francisca, então onde é que está a mãe biológica da criança?
- É verdade! - dizia a outra velhota.
- Sinceramente! Não há direito da mãe biológica não querer a criança. Não é o pai que tem de ficar com ela. Aliás, o pai anda agora com uma sirigaita qualquer.
- Ah!!! Não me diga, D. Emília! - indignou-se a outra.
- Pois anda. E eu agora pergunto, onde é que anda a mãe? Sinceramente! Só a mãe biológica é que tem o direito de ficar com a filha. A filha é dela!!!
- Tem razão.
- Estou farta de ver os outros, homens e mulheres, a fazerem festa com aquilo que não é deles!!!


Não percebi se estavam a falar do "Caso Esmeralda", mas seja esse ou outro caso, assim andamos enganados acerca dos "supremos interesses das crianças", continuando a achar que as crianças são pertences, propriedades, dos seus pais biológicos, e sobretudo, da mãe biológica.

Ai!!! A urticária a voltar!!!