sexta-feira, 25 de maio de 2007

Engate de Bairro de Lata

Esta vida de solteira tem daquelas coisas... não se vê nada de nada, não se conhecem pessoas novas, não há engates, não há flirts, não há romance, mas há surpresas de vez em quando (umas boas outras más).

Ontem entrámos num bairro de tráfico - um bairro de Lata. No inicio do bairro estavam 3 indivíduos a conversar, de idades de 36 anos, 53 anos e 27 anos. Os primeiros dois individuos conversaram connosco, explicaram-nos as suas necessidades e falaram-nos um pouco de sí. O tipo de 27 anos mostrou-se um pintas.

Mais tarde na conversa ele ofereceu-se para nos mostrar um pouco do bairro - claro que aproveitámos a oportunidade, assim não iriamos sózinhas, mas sim com um indivíduo que conhece todos os cantos. O tipo pediu-nos só um instante, porque precisava de ir a casa - foi beber umas cervejinhas - percebemos depois.

Meio embriagado voltou, e se já se tinha entretido até aí a mandar uns piropos, a partir daí até me começou a tratar por tu.... Só o contexto é que era desadequado, porque aquilo parecia mesmo um engate daqueles de discoteca. O mais engraçado foi quando o tipo se espalha no chão no meio das ervas pois o alcool não perdou.

Ah, mas uma pessoa tem de estabelecer limites... "Já me tá a tratar por tu?"

Ainda assim no fim pediu dois beijinhos e disse que eu não era para brincadeiras (ou qualquer coisa assim do género). Ahhh pois não! Devia pensar que eu lhe ir dar bola, não? E por ele eu até podia lá ficar nas barracas!

E esta hein?

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Devaneios sobre relações e ralações...

Ehehhe! Lu, a imagem está demais!!! E sim, o tipo encontra muito rápido a solução... É assim tipo receita-rápida. Aquilo que sempre ouvimos dizer que não funciona. Aquilo que sabemos (na própria pele) que não funciona...

Isto de ser gaja, e falo de sermos amigas gajas, (e gajas de psicologia, e ainda, gajas com algum percurso de auto-conhecimento - vamos pôr assim, que dá um ar místico e ninguém sabe ao certo ao que me refiro ;) ) tem muito que se lhe diga.... Oh se tem!

Esta nossa mania de querer melhorar as relações interpessoais; de querer limpar as ervinhas daninhas e regar (o raio) da plantinha; de resolver todos os conflitos e mais alguns (que se inventam? bom, não me parece... podem ser equívocos, sim, concordo, mas não todos!!! e os equívocos também têm de ser resolvidos, ou um dia nem estaremos a falar na mesma língua...); de falar dos nossos sentires, (o que não é nada fácil...); de abrir o livro dos nossos medos, desejos, ambições, mágoas (sabendo que talvez magoemos quem nos ouve...); esta mania de querer caminhar para a perfeição, embora saibamos que é impossível, mas pelo menos, para um estado (ou estádio até) de maior lucidez acerca do que somos, e do que somos e podemos ser nas relações; esta mania de querer crescer é tramada! :) Bolas! Que raio de ideia esta de querer crescer, de sermos crescidinhas, não sermos "bebés" nas relações, não resolver tudo com birras (ai ai! que ainda fazemos tantas junto umas das outras... mas ainda bem que as podemos fazer umas com as outras, que sabemos porque as fazemos, e que temos consciência que as fazemos, ou que esse saber e essa consciência vai crescendo, e que conseguimos contê-las nas outras, embora nem sempre... E ficamos aflitas, quando não conseguimos... Sentimo-nos incompetentes enquanto amigas, o que não é nada fácil de sentir...), com amúos, com "não gosto mais de ti" ou "acabou!", com "tolices" do género... Que nem sequer nos protegem... Magoam-nos a nós, e aos outros... Esta mania de querer crescer parece-me muito inteligente! Ainda bem que a temos.

Quem se perdeu no meu discurso, hã?

Bom!!! Se fossemos gajos (assim, grandes maus e feios) em vez de ter passado uma tarde no Bar do Moinho e no Café do Grilo a beber chá, comer queques, no meio de notícias sobre estágios, trabalhos e de muitos silêncios, teríamos ido para uma tasca ver os jogos do Sporting (em primeiro, e mesmo sabendo que estou sózinha), Benfica e do Porto, bebíamos umas jolas (bejecas, ou loirinhas, ou ruivas, que agora também há ruivas, e até morenas) comíamos tremoços, e ficávamos muito contentes com o convívio e a conversa (insultos, gritos de guerra e coisas que tais) que implica ver um jogo de futebol (e na TV, ainda por cima)... E depois estou tentada a dizer que continuaríamos o convívio vendo um filme menos politicamente correcto (menos porque o que se vê na política também não é muito correcto... e isto é um trocadilho, mas até faz sentido). Bom, se fossemos gajos provavelmente não tínhamos passado o domingo a discutir relações (ou ralações como gosto de dizer) e seríamos mais estúpidas e, por ventura, mais felizes.

Agora a sério... Já ouviram algum dos vossos (e nossos) amigos dizerem que partilharam uma tarde a falar sobre o que sentem uns pelos outros, e como estão magoados uns com os outros, ou como se estão a afastar e o que podem fazer para que isso não aconteça?

T.P.C. (à boa moda de qualquer professor): descobrir uma situação no masculino, como a que acima foi descrita. Boa sorte! (Eu hoje não faço o T.P.C.!!! :P)

Mas como não acredito que estarmos felizes e estúpidas a ver um jogo de futebol fosse melhor, acho que foi um domingo muito bem passado, cheio de conflitos, mas sobretudo, cheio de relação (e ralações, lá está...), ou pelo menos, tentativa de resgate das relações (mais íntimas) perdidas (a meu ver, pelo menos)...

Tenho esperança que a resolução destes conflitos leve a melhores tempos de convívio, sem silêncios de ausência, de desconhecimento, de falta de entendimento. Melhores convívios, cheios de divertimento e partilha. Cheios de empatia pelos sentires dos outros.

Já me estou a alongar, mas não é nada de novo. Gosto de escrever.


Beijo para cada uma.
Andreia


PS. E quem não teve presente, está um pouco "à nora" (não sei se o Diogo Infante e a Flor já explicaram o que quer dizer esta expressão, mas eu até gostava de saber...), não é, Nessa e Sarita? :)

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Quem me leva os meus fantasmas

... Num curto momento de reflexão, pensei, quero escrever...
Mas o que? Mas como, mas para quem? Censurei o que escrevi, apaguei e deixei só isto:

(...)

Estou entre dois caminhos, tenho de escolher...

Afinal. "Quem me leva os meus fantasmas?"

http://www.youtube.com/watch?v=sqK7Ys155j4&mode=related&search=

Sobre a nossa conversa mais recente...

Encontrei esta imagem e gostei...só não gosto da rapidez com que o tipo vermelho encontra a solução...porque me parece que encontrar soluções leva tempo e ás vezes alguns (muitos) desencontros e respostas ao lado e mesmo conflitos...talvez (não sei!). Gosto da ideia de não olhar para o problema (o tipo cinzento a cair) e de olhar para o lado para encontrar a solução (olhar patologia vs. olhar o desejo e o desenvolvimento). E é engraçado como o tipo cinzento tinha que ter aquela caracteristica especifica (um focinho daquele tamanho) para a solução ser adequada (com uma formiga não era uma boa solução - digo eu!).