quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Dia de chuva
Hoje alguém dizia que hoje se não era o relógio não se sabia que era dia...
Lembrei-me:
(...) Dia tão sem claridade!
só se conhece que existes
pelo pulso dos relógios...
Cecília Meireles
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Lu
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16:56
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Sempre ausente (António Variações)
diz-me que solidão é essa
que te põe a falar sozinho
diz-me que conversa
estás a ter contigo
diz-me que desprezo é esse
que não olhas p'ra quem quer que seja
ou pensas que não existe
ninguém que te veja
que viagem é essa
que te diriges em todos os sentidos
andas em busca dos sonhos perdidos
lá vai o maluco
lá vai o demente
lá vai ele a passar
assim te chama toda essa gente
mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar
mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar
mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar
diz-me que loucura é essa
que te veste de fantasia
diz-me que te liberta
de vida vazia
diz-me que distância é essa
que levas no teu olhar
que ânsia e que pressa
que queres alcançar
que viagem é essa
que te diriges em todos os sentidos
andas em busca dos sonhos perdidos
lá vai o maluco
lá vai o demente
lá vai ele a passar
assim te chama toda essa gente
mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar
mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar
mas eu estou sempre ausente e não me conseguem alcançar
não me conseguem alcançar
não me conseguem alcançar
não me conseguem alcançar
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Lu
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12:15
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segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Ainda bem que alguns de nós falam crioulo...
Muitas vezes assisto a discussões nos autocarros da Carris (o amarelo da Carris, como canta Carlos do Carmo) entre brancos e negros, portugueses e cabo-verdianos, portugueses de origem portuguesa e portugueses de origem cabo-verdiana, portugueses e angolanos,...
Quase sempre começam do quase nada...mas acabam sempre no "Cala a boca", "Vai para a tua terra", "Não me manda calar",...
Hoje assiste a uma discussão entre uma senhora cabo-verdiana (que talvez seja portuguesa, não sei) e um senhor português (com amigos pretos, como às tantas ele gritava)...de repente, do nada, o sofrimento dos dois aparece, estala a confusão, agridem-se, atacam-se,...contam-se o sofrimento um ao outro (ela: "Não me manda calar"; ele: "Não fale do meu filho...que o meu filho morreu a 5 meses, ouviu!")...
Um rapaz (talvez cabo-verdiano, não sei) coloca-se no meio dos dois, fala com a senhora primeiro em português, mais tarde em crioulo...consegue agarrá-la sempre que ela procura responder a quem continua a atacá-la (por esta altura já não apenas o senhor)...consegue sorrir-lhe serenamente...acalmando-a...fala crioulo sempre que lhe diz algo mais forte (pelo menos parece-me)...
Entre outras coisas pensei, ainda bem que alguns de nós falam crioulo...e talvez seja importante pensarmos nos tantos "Cala a boca" que atiramos aos putos sempre que não os ouvimos falar crioulo...ou que não nos interessamos pelo crioulo.
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Lu
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15:43
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" A mãe por sua própria expressão afectiva, é capaz de induzir afecto semelhante no bebé, o qual , é também capaz de iniciar alguns movimentos imitativos na tentativa de manter a fusão simbiótica. (...) Deriva-se, segundo Jacobson (...) da experiência primordial com o objecto materno, pela qual se estabelece a capacidade de empatizar. No decurso da vida, comparte a qualidade essencial dos bons pais, dos bons terapeutas, dos bons amantes."
(in.As contribuições de Edith Jacobson pg 67)
Aí está a base da empatia :)
Tenham um Bom Dia!!
Posted by
Marta
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15:42
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