quinta-feira, 14 de junho de 2007

Olá olá

Desculpem a minha ausência…
Tantas novidades aqui no nosso blog. Ena!!! E com as nossas impressões marcadas em cada chávena de chá. Cada post que tenho oportunidade de ler é como se ouvisse uma colher a mexer o açúcar nas chávenas...

Ainda sobre o tópico dúvidas/ preocupações, quero partilhar convosco uma ideia de Mia Couto. Diz ele que "Um dos problemas do nosso tempo é que perdemos a capacidade de fazermos as perguntas que são importantes. A escola nos ensinou apenas a dar respostas, a vida nos aconselha a que fiquemos quietos e calados. Uma das perguntas que pode ser importante é esta: o que é que nos dificulta o caminho para transitarmos de indivíduos para pessoas? O que precisamos para sermos pessoas a tempo inteiro?”

Fica a reflexão
Beijo diferente na forma e feitio para cada uma
Nessa

quarta-feira, 13 de junho de 2007

A promessa do paraíso em letras néon!

No outro dia fui a uma consulta de Planeamento Familiar. Enquanto esperava pela consulta, uma enfermeira entregou-me um panfleto intitulado "Informações Sobre Contracepção". Entretive-me a lê-lo, partindo do (errado) pressuposto de que não iria encontrar ali, algo de novo, que não tivesse já ouvido falar...

...começava o dito panfleto com uma breve introdução, seguia-se um capítulo sobre a "Anatomia e a fisiologia da reprodução", outro sobre o "Ciclo menstrual (endométrio)", outro ainda sobre "Como se fica grávida?", e finalmente sobre "Como evitar uma gravidez", e sucessivamente, os vários métodos contraceptivos:

  • Método do ritmo,
  • Método da temperatura,
  • Coito interrompido,
  • Preservativo,
  • Diafragma,
  • Dispositivo Intra-Uterino (DIU) com cobre,
  • DIU medicado com hormona,

Seguia-se então, a contracepção hormonal:

  • Pílula sem estrogénios,
  • Pílula combinada,
  • Pílula de emergência, pós-coital ou do dia seguinte,
  • Adesivo,
  • Anel vaginal

E, por fim:

  • Esterilização, e...

Os tambores rufam...

  • IMPLANTE SUBCUTÂNEO.

...eis que surge um último método contraceptivo que me é completamente desconhecido!!!

Implante subcutâneo? O que é isso? - perguntei-me eu.

E lá li a informação e formei uma representação mental sobre o dito cujo método, semelhante ao paraíso...


Uma promessa de sexo sem uma gravidez durante três anos, e sem menstrução!!!
(e na minha imaginação, este era o slogan em letras neón)


Uau! Pensei eu... Quero disto!

Passando à parte informativa e citando o referido folheto:

"O implante contraceptivo é uma das mais recentes formas de contracepção e é a ideal para quem procura uma solução contraceptiva hormonal simples, de longo prazo, sem estrogénios. A inserção do implante tem de ser efectuada por um médico treinado, demora cerca de um minuto e protegerá a mulher de uma gravidez não desejada durante três anos. O implante liberta lentamente uma hormona - progestagénio - que vai impedir a ovulação e dificulta que os espermatezóides alcancem o útero."

Foi tal o meu maravilhamento que tratei logo de tirar todas as minhas dúvidas com a minha Médica de Família. Que ria da minha felicidade pela possibilidade de deixar de ter TPMs, menstruações, e coisas que tais. E informava-me que nem todas as mulheres se davam bem com os métodos sem estrogénios porque se deixava, justamente, de ter a menstruação, de forma regular. Assim, ela aconselhava à utilização de uma pílula sem estrogénios, antes de pôr o implante.

Fiquei a pensar naquilo... E as questões assaltavam-me:

Seremos mulheres sem menstruação?
Sem TPM?
Sem períodos férteis?
Sem dores abdominais?
Sem dormências nas pernas?

Bom... Não sei, mas por via das dúvidas, vim de lá com duas caixas de pílulas sem estrogénios. Se me der bem sem essas nossas subtilezas (?) talvez a promessa de 3 anos de sexo sem uma gravidez não desejada, seja mesmo o paraíso para mim... e em letras néon!

segunda-feira, 11 de junho de 2007

O meu primeiro brownie!

acompanhado com gelado de limão e nozes...

raízes

Um certo sítio na Madeira chamado Chão da Ribeira fez-me pela primeira vez sentir a vontade de criar raízes... Foi uma sensação estranha na altura. Senti-me a envelhecer (ou a crescer é o que percebo agora). Imaginei-me numa casinha de pedra à beira de uma ribeirazinha no meio de uma vale paradisíaco. Neste momento passados dois anos já não me vejo lá, pelo menos não permanentemente, mas também sinto a falta de respirar ar puro e ouvir silêncios ensurdecedores... Vejo-me mais em Carcavelos, perto do mar... mas também me sinto muito perdida... sinto que o futuro é muito incerto e não sei como nem onde irei criar raízes...

Cristina

Criar raízes... (em resposta ao post da Lu "Estou na terra"...)

Bom, mas há mais uma coisa para além das que já foram ditas acerca do post da Lu (ver: http://chazinho6.blogspot.com/2007/06/estou-na-terra.html)...

No que um post nos põe a pensar...

É que há uns tempos (há dias - como diria a Cris - na verdade, há coisa de um mês), uma amiga minha, que é de cá (entenda-se de Sassoeiros - Carcavelos), mas que estuda em Coimbra, partilhava comigo a sua inquietação por ter de voltar para cá para fazer o estágio. O problema da minha amiga é que tudo nesta terra lhe faz confusão, desde os parquímetros, até ao facto das pessoas não se conhecerem todas... E ela dizia-me que não se imaginava a criar raízes em Lisboa, mas que se imaginava a criá-las em Coimbra.

O quê? Criar raízes?

Eu disse-lhe que nunca tal me passou pela cabeça... Pensar num sítio enquanto o sítio em que eu seria capaz de criar raízes. Mais uma daquelas coisas em que não acho que valha a pena pensar (na minha realidade, evidentemente), tal como a existência de deus (desculpem-me a letra minúscula... herança de Maria João Ceitil...), o sexo dos anjos, entre outros assuntos.

Então ela disse-me uma "coisa"...

Epá, ultimamente há muitas pessoas que me dizem "coisas", assim "coisas" que dão que pensar... Dizem-me as coisas e depois cá fico eu a partir pedra... :)

E a "coisa" que ela disse foi que eu não tenho necessidade de criar raízes... Que eu sempre pensei e ambicionei sair por aí ao "deus dará", em busca de aventuras, de conhecer novos sítios. Ela dizia-me isto quando eu partilhava que gostava de fazer um estágio na América Latina e voluntariado em África...

Bom, eu fiquei a pensar naquilo, porque faz sentido o que ela me disse. Embora não sei bem se temos a mesma definição da expressão "criar raízes" (se calhar devíamos ter começado por aí...).

Penso que criarei raízes onde a vida me levar... Sei lá eu o que vou estar a fazer daqui a um mês, quanto mais durante toda a vida... Onde, quando, como vou estar? Não sei, nem me interessa, eu diria. Claro que há coisas que uma pessoa espera que aconteçam. Por exemplo, espero acabar o estágio dentro de duas semanas, espero acabar o curso em 2008, espero embarcar num avião a 28 de Junho para Milão, mas atenção!!! Ainda não tenho bilhete de regresso (ahahaha), portanto, existe a possibilidade de não concretizar pelo menos o curso em 2008, porque existe a possibilidade de não voltar a Portugal... AHHahahah! Tiago, não te assustes! Estou a brincar!

E estão vocês as cinco, e talvez também o Tiago, a pensar... "Foi sempre assim, ainda me lembro do tempo em que perguntávamos à Andreia porque é que tinha vindo para Psicologia, e ela dizia: para estudar Psicologia. Não sei se vou querer exercer no futuro, mas é o que desejo estudar agora."

É verdade. Tal como veio escrita nos meus genes a minha boa capacidade de orientação (sim, eu sei ler mapas e situar-me neles, mesmo numa cidade desconhecida! sim, eu sou gaja, mas consigo ser uma co-piloto eficiente...), também lá deve ter vindo a falta de preocupação com o amanhã (que não se aplica nem aos cuidados a ter com o ambiente, nem com outras questões, como saúde, como a educação das nossas crianças, etc.).

Claro que já pensei que gostava de viver aqui e ali, e claro que agora gosto de estar em Lisboa e que não me apetece sair daqui, por muitos motivos. Claro também que, se me perguntarem onde quero comprar uma casa para viver, vou responder qualquer coisa como Carcavelos, Parede, Oeiras... Foi onde cresci e são sítios simpáticos para se viver. Mas também me agrada a ideia de mudar muitas vezes de casa... Começar tudo de novo, uma vez por outra. Poder chegar a uma nova casa, sem cheiros ou com cheiros desconhecidos, pintar paredes, decorar, criar cheiros, recantos e começar tudo de novo... Claro que a vida não está para estes delírios imobiliários, mas posso sonhá-los, na mesma.

...

E vocês, gostavam de criar raízes? Onde gostariam de criar raízes?