terça-feira, 19 de junho de 2007

Casamentos banais


Penso que o casamento de pessoas que não nos são próximas e que não nos dizem nada podem ser das experiências mais aterrorizantemente maçadoras da nossa vida... esses casamentos parecem-nos banais, esses rituais ensaiados e com pouco sentido.


Axo k os casamentos que frequentamos devem ser os outros, os dos nossos amigos. Esses que conhecemos bem e de quem sabemos os sentimentos, esses que nos podem mostrar que o que estão a realizar não é uma banalidade mas um acto carregado de significados que pode ser expresso de muitas maneiras, não só através do vestido branco,,, mas que curiosamente na maior parte das vezes o é


(mesmo por parte daqueles que parecem fugir ou abominar isso a vida toda).


O casamento poderá ser um sonho incutido em nós desde criança ou algo que também aprendemos a temer pelos estereótipos que formámos acerca deste. Mas é também essencialmente algo que faz tremendamente sentido com uma certa pessoa e numa certa altura da nossa vida (é o meu sentir). Cada vez mais percebo também que é um sonho que tem que ser realista - para se compreender que não é o sim naquele altar que vai fazer com que as coisas sejam sempre maravilhosas, mas sim uma contrução e uma série de encontros e desencontros permanente que tem por base algo forte entre dois seres humanos - a vontade de partilharem a vida um com o outro...


Cris

Estórias...

É mesmo bom lidar com pessoas... ou não tivesse eu querido ir para psicologia, mesmo sabendo que estava a condenar-me a um futuro não muito risonho, pelo menos não garantido.

Se tivesse de estar só a olhar para máquinas, papeis ou qualquer coisa inanimada na minha profissão, esta não teria piada nenhuma, ou pelo menos metade dela.

Pois mesmo na tarefa de recepção, há coisas giras, que as há, há!

Todas as semanas temos cá um paciente que vem com a esposa de taxi lá da terrinha. Taxi pago pelo seguro do senhor.

Todas as semanas a senhora vem junto a mim protestar que o "taxista veio muito rápido, que está cheio de pressa, que ainda mal tinham chegado já se queria ir embora, que nem os deixa almoçar depois da consulta..."

Todas as semanas o taxista entra neste consultório e quando apanha ambos marido e mulher dentro do gabinete da psicologa, dirige-se a mim e queixa-se da senhora. "A senhora é mais maluca que o marido, é uma chata, vem o caminho todo a queixar-se, ela é que devia estar na psicologa..."

Hoje para não variar, o cenário repetiu-se. Começou com a senhora a dizer que o taxista só deveria trazer um paciente de cada vez e hoje apeteceu-lhe trazer outra doente, e nem pediu autorização e era suposto trazer um paciente de cada vez a lisboa, não deveria fazer isto...

Entretanto tive de sair e ir ao outro andar do consultório. Já no regresso, ao sair do elevador, encontro o senhor taxista a beijar uma mulher, atrapalhado pergunta-me se o casal está muito atrasado, ao que respondo que acabaram de entrar....
e....
ao contrário dos outros dias em que tem sempre "o carro mal estacionado" e tem "muita pressa", hoje confirma que a consulta dura uma hora e diz contente:

- "Ah, então ainda dá tempo para irmos almoçar!"

Moral da história : Se o teu trabalho é chato, dá-lhe cor!!

segunda-feira, 18 de junho de 2007

(não há título possível...)

Hoje, eu e a Joana* estávamos na biblioteca da escola a ver na internet uns vídeos de dança da Luciana Abreu. A Joana estava animadíssima como sempre, dançava, mandava bocas sobre a Luciana Abreu, que - segundo ela - gostava do bailarinho (do Dança Comigo), ria-se, voltava a rir-se, e eu com ela, claro. Divertidíssimas as duas...

Ao nosso lado, noutro computador, uma jovem professora, com os seus 26 anos (e não é que a idade seja para aqui chamada...), num momento em que a Joana rodopiava à nossa volta, e não nos ouvia (vá lá!), dirigiu-se a mim:

- É hiperactiva, não é? - perguntava-me assim entre a "curiosidade" e "o estar a par dessas coisas".

- Não. - respondi-lhe eu, atónita, mas com um grande sorriso, sempre. - É uma criança feliz!!!


*Nome fictício para uma menina de 9 anos.

domingo, 17 de junho de 2007

A ilusão da vida banal e a fuga/desejo dela

Ontem fui a um casamento,

Festa
Noivos
Alegria
Sorrisos
Luzes
Cores
Gargalhadas
Social
Petiscos
Amor
Felicidade
Promessas.... de um futuro.... Que futuro? BANAL!

Namora-se, Casa-se. No dia do casamento repete-se enquanto noivo/a os rituais a que sempre se assistiu:

Recepção em casa dos pais
Igreja
Boda
Almoço
Dança
Copo de Água
Bolo

E tudo se repete como se de uma fila se tratasse em que quando chega à tua vez, já sabes.... todos os passos devem ser feitos da forma mais correcta e mais usual.

E depois....

Vida a dois
Filhos
Trabalho

(...)

Tudo aquilo para o qual fomos mentalizados desde pequenos. Logo de pequeninos muitos de nós começaram com dois e três aninhos a ter um enxoval e assim carregamos um baú cheio de panos de cozinha, pratos e talheres até ao dia para o qual toda a vida fomos juntando peças de um puzzle... e na verdade o que nos interessava um garfo ou um pano se o que queriamos receber eram brinquedos ou jogos??!!
E no futuro, não serão a maioria dessas coisas, desactualizadas?

Fazem-nos a promessa.... a da vida (...) comum!

A promessa Banal de que em alguma altura alguns de nós tenta fugir, mas à qual em alguma altura quase todos nós lá pretende chegar.