domingo, 17 de junho de 2007

A ilusão da vida banal e a fuga/desejo dela

Ontem fui a um casamento,

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Promessas.... de um futuro.... Que futuro? BANAL!

Namora-se, Casa-se. No dia do casamento repete-se enquanto noivo/a os rituais a que sempre se assistiu:

Recepção em casa dos pais
Igreja
Boda
Almoço
Dança
Copo de Água
Bolo

E tudo se repete como se de uma fila se tratasse em que quando chega à tua vez, já sabes.... todos os passos devem ser feitos da forma mais correcta e mais usual.

E depois....

Vida a dois
Filhos
Trabalho

(...)

Tudo aquilo para o qual fomos mentalizados desde pequenos. Logo de pequeninos muitos de nós começaram com dois e três aninhos a ter um enxoval e assim carregamos um baú cheio de panos de cozinha, pratos e talheres até ao dia para o qual toda a vida fomos juntando peças de um puzzle... e na verdade o que nos interessava um garfo ou um pano se o que queriamos receber eram brinquedos ou jogos??!!
E no futuro, não serão a maioria dessas coisas, desactualizadas?

Fazem-nos a promessa.... a da vida (...) comum!

A promessa Banal de que em alguma altura alguns de nós tenta fugir, mas à qual em alguma altura quase todos nós lá pretende chegar.

3 comentários:

Andreia disse...

diz lá que não te dá um jeitão já teres um seviço de Vista Algre e outro de Cristal Atlantis à tua espera... ahahaha!

não me lembro de alguém me ter deixado de dar brinquedos para me dar naperons (escreve-se assim?)... isso é um verdadeiro atentado à infância!

mas de qualquer maneira, seja para o enxoval do casamento, ou para o enxoval da vida de solteira, agradeço muito os linhos bordados, os lençóis com fitinhas amarelas, até as pegas de cozinha, porque não?

embora estas coisas possam ter essa conotação de andarmos toda uma vida a angariar coisas para um casamento, também são presentes, coisas feitas a pensar em nós... acho isso bonito!

gosto de saber que tenho (não o baú que entretanto foi ocupado por dossiers) mas algumas gavetas com colchas, lençóis, panos bordados por pessoas que me são queridas, sobretudo pela minha avó paterna... coisas que vou levar comigo para onde for, e que me vão fazer pensar nela, e agradecer-lhe todos os carinhos... :)

quanto ao casamento... sabes o que penso

Cházinho às 6 disse...

Penso que o casamento de pessoas que não nos são próximas e que não nos dizem nada podem ser das experiências mais aterrorizantemente maçadoras da nossa vida... esses casamentos parecem-nos banais, esses rituais ensaiados e com pouco sentido. Por isso axo k os casamentos que frequentamos devem ser os outros, os dos nossos amigos. Esses que conhecemos bem e de quem sabemos os sentimentos, esses que nos podem mostrar que o que estão a realizar não é uma banalidade mas um acto carregado de significados que pode ser expresso de muitas maneiras, não só através do vestido branco,,, mas que curiosamente na maior parte das vezes o é (mesmo por parte daqueles que parecem fugir ou abominar isso a vida toda). O casamento poderá ser um sonho incutido em nós desde criança ou algo que também aprendemos a temer pelos estereótipos que formámos acerca deste. Mas é essencialmente algo que faz tremendamente sentido com uma certa pessoa e numa certa altura da nossa vida (é o meu sentir). Cada vez mais percebo também que é um sonho que tem que ser realista - para se compreender que não é o sim naquele altar que vai fazer com que as coisas sejam sempre maravilhosas, mas sim uma contrução e uma série de encontros e desencontros permanente que tem por base algo forte entre dois seres humanos - a vontade de partilharem a vida um com o outro...

Cris

Marta disse...

Cris, concordo plenamente contigo!