quinta-feira, 24 de maio de 2007

Devaneios sobre relações e ralações...

Ehehhe! Lu, a imagem está demais!!! E sim, o tipo encontra muito rápido a solução... É assim tipo receita-rápida. Aquilo que sempre ouvimos dizer que não funciona. Aquilo que sabemos (na própria pele) que não funciona...

Isto de ser gaja, e falo de sermos amigas gajas, (e gajas de psicologia, e ainda, gajas com algum percurso de auto-conhecimento - vamos pôr assim, que dá um ar místico e ninguém sabe ao certo ao que me refiro ;) ) tem muito que se lhe diga.... Oh se tem!

Esta nossa mania de querer melhorar as relações interpessoais; de querer limpar as ervinhas daninhas e regar (o raio) da plantinha; de resolver todos os conflitos e mais alguns (que se inventam? bom, não me parece... podem ser equívocos, sim, concordo, mas não todos!!! e os equívocos também têm de ser resolvidos, ou um dia nem estaremos a falar na mesma língua...); de falar dos nossos sentires, (o que não é nada fácil...); de abrir o livro dos nossos medos, desejos, ambições, mágoas (sabendo que talvez magoemos quem nos ouve...); esta mania de querer caminhar para a perfeição, embora saibamos que é impossível, mas pelo menos, para um estado (ou estádio até) de maior lucidez acerca do que somos, e do que somos e podemos ser nas relações; esta mania de querer crescer é tramada! :) Bolas! Que raio de ideia esta de querer crescer, de sermos crescidinhas, não sermos "bebés" nas relações, não resolver tudo com birras (ai ai! que ainda fazemos tantas junto umas das outras... mas ainda bem que as podemos fazer umas com as outras, que sabemos porque as fazemos, e que temos consciência que as fazemos, ou que esse saber e essa consciência vai crescendo, e que conseguimos contê-las nas outras, embora nem sempre... E ficamos aflitas, quando não conseguimos... Sentimo-nos incompetentes enquanto amigas, o que não é nada fácil de sentir...), com amúos, com "não gosto mais de ti" ou "acabou!", com "tolices" do género... Que nem sequer nos protegem... Magoam-nos a nós, e aos outros... Esta mania de querer crescer parece-me muito inteligente! Ainda bem que a temos.

Quem se perdeu no meu discurso, hã?

Bom!!! Se fossemos gajos (assim, grandes maus e feios) em vez de ter passado uma tarde no Bar do Moinho e no Café do Grilo a beber chá, comer queques, no meio de notícias sobre estágios, trabalhos e de muitos silêncios, teríamos ido para uma tasca ver os jogos do Sporting (em primeiro, e mesmo sabendo que estou sózinha), Benfica e do Porto, bebíamos umas jolas (bejecas, ou loirinhas, ou ruivas, que agora também há ruivas, e até morenas) comíamos tremoços, e ficávamos muito contentes com o convívio e a conversa (insultos, gritos de guerra e coisas que tais) que implica ver um jogo de futebol (e na TV, ainda por cima)... E depois estou tentada a dizer que continuaríamos o convívio vendo um filme menos politicamente correcto (menos porque o que se vê na política também não é muito correcto... e isto é um trocadilho, mas até faz sentido). Bom, se fossemos gajos provavelmente não tínhamos passado o domingo a discutir relações (ou ralações como gosto de dizer) e seríamos mais estúpidas e, por ventura, mais felizes.

Agora a sério... Já ouviram algum dos vossos (e nossos) amigos dizerem que partilharam uma tarde a falar sobre o que sentem uns pelos outros, e como estão magoados uns com os outros, ou como se estão a afastar e o que podem fazer para que isso não aconteça?

T.P.C. (à boa moda de qualquer professor): descobrir uma situação no masculino, como a que acima foi descrita. Boa sorte! (Eu hoje não faço o T.P.C.!!! :P)

Mas como não acredito que estarmos felizes e estúpidas a ver um jogo de futebol fosse melhor, acho que foi um domingo muito bem passado, cheio de conflitos, mas sobretudo, cheio de relação (e ralações, lá está...), ou pelo menos, tentativa de resgate das relações (mais íntimas) perdidas (a meu ver, pelo menos)...

Tenho esperança que a resolução destes conflitos leve a melhores tempos de convívio, sem silêncios de ausência, de desconhecimento, de falta de entendimento. Melhores convívios, cheios de divertimento e partilha. Cheios de empatia pelos sentires dos outros.

Já me estou a alongar, mas não é nada de novo. Gosto de escrever.


Beijo para cada uma.
Andreia


PS. E quem não teve presente, está um pouco "à nora" (não sei se o Diogo Infante e a Flor já explicaram o que quer dizer esta expressão, mas eu até gostava de saber...), não é, Nessa e Sarita? :)

4 comentários:

Anónimo disse...

Cada vez gosto mais dessa tua nova palavra: ralação! ;)

Anónimo disse...

Andreiuxa, Não estou nem à nora, nem à sogra, nem ao afilhado´, nem ao piriquito da avó da vizinha de baixo... porque eu tenho o privilégio de receber no trabalho a melhor jornalista, que tão bem reportou esse tal Domingo (até tenho a sorte de, quando chego ao consultório, já lá estar, à minha espera e me pôr ao corrente das "notícias")... Claro que só ouvi uma perspectiva da história, e pelos vistos, houve-as aos montes! percebo o que escreves. o que sentes. e, por estranho e pretensioso que isto possa soar, não tendo estado eu nesse fatídico domingo, leio-te e "vejo-te" logo a sentir isso. apetece-me ser lamechas e foleira: mas na ausência, sinto-me também próxima de vocês. e de ti.
*

Andreia disse...

sinceramente, não são os laços, ou os sentimentos que sinto por vós, em geral, que sinto frouxos em mim, relativamente a vós, e a ti em particular, mas é o cuidado com as outras, e o companheirismo... não sinto que esteja presente em todas nós... a ti já não te vejo há quase dois meses, muito menos sózinhas, e essas coisas fazem-me falta. suponho que entendas.

beijo grande.

t. disse...

MANIFESTO A VÒS

1. Leio-vos atentamente... Sois todas, de facto, muito... hum... "mulheres" na forma de pensar!

2. Sois, pelo menos, aparentemente, eu diria, muito "mulheres" na forma de pensar, porque infelizemente de "ser" mulher sei pouco. Só conheço o exemplar que vós tão bem conheceis e que é um "belo" exemplar de como o cérebro pode ser "terrivel"... mas absolutamente adoravel, ou melhor "amavél".

3. Assisto de fora à dinamica do vosso sitio e, sinceramente, acho-o divertidissimo...

4. Na forma como escrevem saltam a olhos nus as vossas diferenças... diferenças que voces tão bem conhecem e aceitam! Parabens por isso...

Agora dois parentises... ou um grande parentises...

(5. Apre gaitinha que te fartaste de escrever, a mim não escreves tu tanto... ah pois não!

6. Isto das ralações não é uma escola que tenha de ter TPC's.)

De volta ao curso normal...

7. Os gajos são mais básicos e por isso mais felizes, vivem nas ignorancia...

8. Falar de emoções, oh pá, falamos é de gajas, futebol e Kamasutra...

9. Ainda bem que falam das coisas... eu aprendi com a melhor! Uff, que às vezes é duro... :P

10. Beijos a todas